Além do detalhe esbelto aos 58 anos de idade, da musculatura esculpida por uma vida de exercícios praticados diariamente e da pele tisnada de sol, existe um par de mangas fortemente arregaçadas por baixo dos impecáveis ternos azuis-marinhos costumeiramente envergados pelo timoneiro do Pão de Açúcar, Abilio dos Santos Diniz. Não se trata de metáfora. Livre do paletó, à medida que Diniz se entrega ao trabalho, ou ao que está dizendo, a voz se anima e as mãos começam a puxar quase incessantemente as mangas da camisa para cima como se quisessem suspendê-las até a curva dos ombros.
Vai nesse gesto o elegante vice-presidente e principal acionista da empresa, bilionário com todas as letras, apontado em julho pela revista Forbes como a sexta maior fortuna brasileira – estimados em US$ 1,2 bilhão. E assume o posto o menino criado jogando bola na várzea paulistana do Glicério, o adolescente forjado no trabalho na loja de doces, e depois bufê, aberta pelo pai – Valentim dos Santos Diniz…